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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Capital perde o dobro de árvores em um ano

O número de árvores derrubadas - cortadas pela raiz - em Salvador mais que dobrou em menos de um ano. Até outubro de 2014, exatas 1.693 espécies foram retiradas das ruas da capital baiana, enquanto que, durante todo o ano de 2013, foram ceifadas 805 árvores.
Os dados são da Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop). O órgão informa que o aumento se deve ao trabalho das novas empresas terceirizadas para realização de obras na cidade.
O diretor da Sucop, Luciano Sandes, explica que a erradicação dos vegetais é feita após análise de campo desenvolvida por seis engenheiros agrônomos.
Segundo ele, as árvores são cortadas quando quebram passeios públicos; levantam muros ou propriedades privadas; apresentam insegurança à população ao escurecer ruas e avenidas; possuem parasitas que as levam à morte; e correm o risco de cair. "Às vezes, as raízes quebram as tubulações de esgoto e drenagem, causando transtorno ao município", disse.
Luciano estima que cerca de 60% dos vegetais de Salvador estão infectados com o parasita erva-de-passarinho, cientificamente chamado de Struthanthus flexicaulis. "As árvores passaram muito tempo sem ser podadas e essa praga avançou demais em muitas delas, que não conseguem se recuperar".
Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Maria Aparecida de Oliveira garante que o parasita pode ser contido e as árvores podem ser recuperadas, na maioria dos casos.
Manutenção
Para Maria Aparecida, o "grande segredo" para preservar as árvores da cidade é a manutenção. "É claro que existem casos gritantes, em que os vegetais precisam ser erradicados, mas, na maioria, o melhor a se fazer é dar manutenção. Cortar é muito mais fácil, mas nem sempre é o melhor a se fazer".
A professora explica que a vegetação melhora a qualidade do ar e equilibra a temperatura da cidade. "Mas também não podemos deixar de cortar as árvores doentes, com risco de cair. É preciso analisar o melhor a ser feito, que também pode ser uma poda severa".
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, por meio da assessoria de comunicação, que não é contra o corte de árvores em centros urbanos.
De acordo com o Ibama, quem determina essa ação é a prefeitura de cada cidade. Assim, se a espécie for prejudicial à população ou à estrutura do município, deverá ser erradicada.
Presidente da Associação de Moradores da Barra, Regina Martinelli assegura que os residentes do bairro estão incomodados com a perda de árvores, em virtude da reforma do local. "Entre as doentes e as que atrapalhariam a obra, 24 árvores foram retiradas e não foram replantadas. Temos que aprender a adequar os passeios às árvores".

Judiciário diz que corte em orçamento inviabilizará voto eletrônico em 2016

Uma portaria publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (30) e assinada pelos presidentes dos tribunais superiores informa que o corte no orçamento do Judiciário vai inviabilizar as eleições de 2016 por meio eletrônico.
Ao todo, o contingenciamento impedirá a utilização de R$ 1,7 bilhão do orçamento do Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Justiça Federal, Justiça Militar da União, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho, Justiça do Distrito Federal e Territórios e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A portaria é assinada por Ricardo Lewandowski, presidente do STF e do CNJ; Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Laurita Vaz, vice-presidente do STJ e presidente em exercício do conselho da Justiça Federal; Antonio Levenhagen, presidente do TST; William Barros, presidente do Superior Tribunal Militar; e Getúlio Oliveira, presidente do TJDFT.
A portaria desta segunda não explica os motivos que inviabilizarão o uso das urnas eletrônicas no ano que vem. Uma nota deve ser divulgada ainda nesta segunda pelo TSE para explicar a publicação.
"O contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico", diz o texto publicado.
Veja abaixo quanto cada tribunal ficará impedido de utilizar no orçamento com o contingenciamento:
-Supremo Tribunal Federal: R$ 53.220.494,00
- Superior Tribunal de Justiça: R$ 73.286.271,00
- Justiça Federal: R$ 555.064.139,00
- Justiça Militar da União: R$ 14.873.546,00
- Justiça Eleitoral: R$ 428.739.416,00
- Justiça do Trabalho: R$ 423.393.109,00
- Justiça do DF e Territórios: R$ 63.020.117,00
- Conselho Nacional de Justiça: R$ 131.165.703,00

Mariana Oliveira
Da TV Globo, em Brasília

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EU ACREDITO ...

"Eu acredito", por Nizan Guanaes


Eu acredito em Papai Noel. Mesmo depois de, aos seis anos, um coleguinha estraga-prazeres ter me contado a mentira de que ele não existe, eu continuei acreditando.

Os empreendedores todos acreditam em Papai Noel. São crianças grandes, que acreditam em coisas mágicas e impossíveis.

Afinal, os homens sensatos se adaptam ao mundo. Os homens insensatos tentam adaptar o mundo a eles. Isso significa que todo o progresso da ciência se deve aos homens insensatos –os empreendedores.

Os caras que acreditam em Papai Noel são os que mudam o mundo, constroem empresas, fazem a humanidade avançar. Marcel Herrmann Telles, da Brahma, acreditou em Papai Noel, acreditou muito. Ele sempre dizia, brincando, que um dia ia comprar a Budweiser. As pessoas normais não acreditavam nisso. Mas Marcel acreditou em Papai Noel, e o bom velhinho ouviu seus pedidos.

Eu acredito em Papai Noel. E quem acredita em Papai Noel acredita em coisas que não existem. Por isso mesmo, eles fazem existir coisas que até então não existiam.
Walt Disney acreditava em Papai Noel. Ele acreditou num rato. Você acha que um ser humano normal vai acreditar num rato? Vai fazer um império baseado em uma coisa nojenta? Isso não passa em pré-teste. Pois Disney, grande acreditador do bom velhinho, acreditou no rato e fez coisas inacreditáveis a partir do Mickey.

Eu acredito em Papai Noel. Acreditei a vida inteira.

Nasci no Pelourinho, numa casa de cimento batido e sem água encanada. A gente aquecia a água no fogão, botava num latão e usava uma cuia para se banhar. A chance de eu estar onde estou hoje era uma em mil, no mínimo. E quem me trouxe até aqui foi a crença em Papai Noel e em coisas mágicas, que só a fé vê.

Acredito em Papai Noel. Pedi coisas a ele a vida inteira. Pedi sucesso em São Paulo como publicitário, e não é que o Washington Olivetto me levou para a DPZ?

Pura magia.

Empurrado por sonhos, fui crescendo e fazendo coisas que só os sonhadores fazem. Porque os sonhos me levaram a ter meu próprio negócio, a conquistar prêmios, contas –a conquistar o mundo. E a fazer coisas que só se pode fazer sonhando.

Guga e eu abrimos nossa agência, a DM9, em setembro de 1989 com investimento do Banco Icatu. Em março de 1990, o Plano Collor levou todo o nosso dinheiro. Sobrou o quê? O sonho. E foi o sonho que nos trouxe até aqui.

O sonho levou o menino pobre do Pelourinho a lugares que ele jamais poderia sonhar. Papai Noel tem vários nomes. Sonho grande, fé, esperança, imaginação, superação, poder da mente.

Para mim, Papai Noel não mora no polo Norte. Mora naquele lugar da mente e da alma onde as coisas comuns, os lugares-comuns e os homens comuns não chegam.

Papai Noel mora na alma de Steve Jobs, de Mark Zuckerberg, nos olhos do cara que criou o Netflix. Gênios empreendedores, eternas crianças. Que homem sério batizaria a sua empresa de "maçã"? Só um acreditador de Papai Noel.

É verdade que, com o tempo, minha cartinha a Papai Noel foi ficando mais ambiciosa. Antes eu pedia coisas, depois fui pedindo coisas complicadas, como ter um sonho de criança, ter paz de espírito. Agora estou pedindo netos.

Claro que, para ser atendido, você tem de ser um bom menino, fazer coisas boas, sonhar coisas belas e mágicas. Os empreendedores são aqueles que acreditam em Papai Noel e por isso ganham mais do que presentes. Eles fazem o futuro.

Feliz Natal empreendedores. Feliz Natal acreditadores em Papai Noel.

sábado, 4 de abril de 2015

UMA REFLEXÃO QUE TODOS DEVEM FAZER, "DEPENDE DE NÓS"


A população de Salvador tá sofrendo durante o feriadão da Semana Santa, devido um acidente na obra do Metro que ocasionou a falta de água em praticamente todos os bairros da capital Baiana.

Minha solidariedade as famílias Soterapolitanas que estão passando por um momento difícil, com a falta de água. O sofrimento  é passageiro mas que sirva para que possamos fazer uma reflexão da importância deste liquido tão precioso na nossa vida. Precisamos economizar para não faltar as próximas gerações.     
Lembre-se a água doce do mundo tá acabando. E você de que forma tá contribuindo para economizar água?
Imagina você daqui alguns anos pagando R$ 20,00 (vinte reais ) por um balde de água, R$ 50,00 (cinquenta reais) por um garrafão de 20 litros.
Pois isso tá acontecendo em Salvador imagina no dia que água começar a faltar.

Vamos valorizar a nossa água, economizar ao máximo, lembre-se o futuro das próximas gerações depende de nós.

Nesta Pascoa vamos refletir um pouco a musica " Depende de Nós" de Ivan Lins, assistam o vídeo abaixo e pense um pouco no nosso mundo e em gerações que estão por vim.


Nosso mundo depende de nós!
"Se esse mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá

Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor."

Carta do ano 2070



Carta escrita no ano 2070

Estamos no ano 2070 e acabo de completar os 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.
Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por  cerca de uma hora.
Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira. Agora devemos raspar a cabeça para  mantê-la limpa sem água.
Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDE DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais  podia terminar.
Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.
A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas,  já  que não temos a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastro-intestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.
A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável em vez de salário.
Os assaltos por um galão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele uma jovem de 20 anos parece como se tivesse 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água. O oxigênio também está degradado por falta de árvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.

Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.

O governo já nos cobra pelo ar que respiramos: 137m3 por dia por habitante adulto. As pessoas que não pode pagar são retiradas das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.

Em alguns países existem manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército. A água é agora um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui já não há árvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelos testes atômicos e da industria  contaminante do século XX. Advertiam-se que havia que cuidar o meio ambiente e  ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, a chuva, as flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o quão saudável que as pessoas eram.
Ela pergunta-me: "Papai, porque acabou a água?" Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que destruiu o meio ambiente ou simplesmente não tomamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer alguma coisa para salvar o nosso Planeta Terra!




Extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos"

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Turismo, os primeiros anos do Terceiro Salto.

Turismo, os primeiros anos do Terceiro Salto

por Domingos Leonelli
Agora que o novo Secretário de Turismo, deputado Nelson Pellegrino, foi empossado num ato de grande significado político e profissional, sinto-me à vontade para publicar o que penso ser uma avaliação positiva dos sete primeiros anos do governo Wagner. E também do que deixou de ser feito.

Politicamente o grande mérito do governo Wagner foi viabilizar o turismo como política de estado preservando estruturas e saberes acumulados por outras gestões.

A formulação estratégica do Terceiro Salto do Turismo da Bahia, desenhada em nossa administração justamente com uma política de Estado, está consolidada na Lei Estadual do Turismo. Essa lei é fruto da participação de todo o trade turístico, de técnicos renomados, de profissionais, de dirigentes municipais do turismo e representantes de órgãos estaduais reunidos no Fórum Estadual de Turismo, fortalecido pela presença do Secretário em todas as suas reuniões.

A estratégia do Terceiro Salto reconhece a existência de dois grandes saltos de turismo realizados em governos anteriores, conferindo-lhes méritos e importância. O primeiro salto, iniciado na década de 30 e indo até os anos 70 do século XX, correspondeu a construção da imagem da Bahia e da baianidade, a criação dos primeiros órgãos públicos do turismo e a construção dos primeiros hotéis turísticos no interior e capital. A Bahia surge como um produto lítero-musical, fruto, principalmente, dos livros de Jorge Amado e das músicas de Dorival Caymmi. Seguidos por João Ubaldo, Gil, Caetano e tantos outros. Neste primeiro salto temos que contabilizar as grandes contribuições de não baianos, como Ari Barroso com a música “Baixa dos Sapateiros” e de Carmem Miranda que universalizou a figura da “baiana”.

O segundo salto, dos anos 70 a 2006, começou com o primeiro planejamento para o turismo feito por Romulo Almeida e sua equipe e continuado por um grande período sob a liderança de Paulo Gaudenzi. Foram os anos da infraestrutura turística, da promoção profissionalizada junto aos principais mercados emissivos, da internacionalização da imagem da Bahia. E, principalmente, da formação de um quadro técnico qualificado. Mérito de ACM neste item, que apesar de fazer abusivo uso político e pessoal da imagem que a cultura e o turismo criaram da Bahia, garantiu a Gaudenzi, por décadas, uma razoável faixa de autonomia, assegurando, também, prioridade técnica e financeira para o turismo e a cultura que acabaram por funcionar juntos numa mesma secretaria.

Tudo isso já foi dito por mim em vários outros artigos, palestras e entrevistas enquanto Secretario de Turismo.

O governador Jaques Wagner a partir de 2007 atendeu aos apelos da cultura e também, em menor medida, do turismo, para separar as duas áreas. O turismo ganhava pela primeira vez uma secretaria específica. Mas no parte e reparte a Secretaria de Turismo acabou ficando com a menor parte da estrutura administrativa e do orçamento. Operou sempre com menos de 0,5 por cento do orçamento do estado. O Pelourinho apesar de ser antes de tudo um sítio turístico da cidade e do estado, ficou com a Cultura.

O Terceiro Salto
Nesse quadro foi que formulamos a estratégia do Terceiro Salto de Turismo, baseada nos eixos da inovação, da qualidade e da integração econômica. Ao invés de tentar reinventar a roda procuramos dar continuidade ao que a Bahia já havia acumulado e preencher as lacunas deixadas pelos dois primeiros saltos. Fizemos render cada tostão do pequeno orçamento em parceria permanente com o trade turístico que participou de praticamente todas as decisões da Setur e da Bahiatursa. E também contando com uma equipe honesta e competente, aproveitando o quadro técnico encontrado e formando novos quadros para o turismo.

O eixo da inovação foi marcado por novos produtos, pelo fortalecimento de segmentos, e também por novos serviços. Dentre os novos produtos destacam-se o São João da Bahia, enquanto produto turístico, o GP Bahia Stokcar calendarizado por 5 e mais 5 anos, o turismo de vinho na região do Rio São Francisco, o Espicha Verão, a Semana de Diversidade acrescentada à Parada Gay, a Rota do Chocolate no sul da Bahia e o Salão de Turismo antiga aspiração do trade turístico baiano. Praticamente um novo produto por ano.

Ainda na área da inovação, e fazendo uma interface com o eixo da qualidade, implantamos novos serviços como o Disque Bahia Turismo 24 Horas em inglês, português e espanhol, considerado o maior e melhor call center turístico do Brasil. O programa Guias e Monitores que atendeu a mais de 200 mil turistas em 6 carnavais e nas Copas das Confederações e do Mundo. O portal Bahia.com, totalmente remodelado e com novos aplicativos para o São João, o Carnaval, Bahia Turismo e, inclusive, o primeiro aplicativo do país de interação com os turistas: o Reclame Turismo. São serviços inovadores que se somam ao maior programa de qualificação profissional da história do turismo da Bahia, com cerca de 20.000 pessoas qualificadas em 7 anos.  Este último foi realizado com recursos do Ministério do Turismo e governo do estado.

A qualificação profissional corresponde também ao eixo da integração econômica na medida em que possibilita a milhares de pessoas, especialmente de jovens, participarem da renda do turismo.

Aliás, no eixo da integração, situam-se também o programa de Cama-Café, habilitando residências e centros culturais como meio de hospedagem, o incentivo e o fortalecimento do Turismo Rural em que saímos de uma dúzia de empreendimentos em 2006 para 112 em 2013. A requalificação da Feira de São Joaquim, para a qual captamos 30 milhões de reais do Ministério de Turismo, e que promete ser um dos mais importantes pontos turísticos e culturais de Salvador.

Como se vê, são esforços que se interligam numa única direção estratégica de fortalecimento e da qualidade do produto turístico Bahia.

Investimentos em estrutura física foram completados por ações de caráter social e econômico. Com recursos do turismo (MTur e Setur) foram requalificados os destinos de Imbassahy e Morro de São Paulo. Foram recuperados também importantes prédios históricos como a Casa das Sete Mortes, a Igreja do Rosário dos Pretos e a Igreja do Boqueirão.

O fortalecimento do turismo étnico afro que valorizou a nossa cultura e recebeu milhares de turistas norte-americanos – mercado alvo desta ação - para conhecer centros culturais templos religiosos e eventos como a Festa da Irmandade da Boa Morte que reforçamos com o aumento do financiamento pela Setur/ Bahiatursa.

No eixo da qualidade podemos inserir, também, iniciativas nas áreas do planejamento e da gestão. Investimos em pesquisas sobre a economia do turismo na Bahia e implantamos o Observatório do Turismo um dos poucos no Brasil.
 
A Gestão e a Promoção
Considerando que a gestão municipal é um dos pontos mais frágeis da atividade turística no Brasil, criamos o primeiro Curso para Gestores e Dirigentes Municipais de turismo da Bahia.

Mas para captar recursos nas áreas federal e interestadual, é necessário demonstrar eficiência e qualidade na própria gestão. Nesse sentido vale ressaltar a aprovação em todas as contas da Setur, e em especial as contas de 2011, 2012 e 2013 da Bahiatursa apenas com recomendações do TCE. Inclusive a Bahiatursa foi tomada como modelo de prestação de contas para todos os órgãos do estado. A execução orçamentária foi alta em comparação com outros órgãos do estado. Em 2013, por exemplo, foi de 86% na Setur e de 78% na Bahiatursa (dados da Diretoria de Orçamento da Setur em 2014).

Abarcando todos os três eixos do Terceiro Salto do Turismo (inovação, qualidade e integração) temos o Prodetur da Baía de Todos os Santos projeto financiado em 60% pelo BID que deverá transformar a nossa BTS num novo produto do turismo náutico e cultural. O projeto não se limita apenas a estruturas físicas (atracadouros, bases náuticas, sinalização marítima), mas também qualificação profissional, recuperação do patrimônio histórico gestão municipal e ações socioeconômica de incorporação das comunidades ao projeto turístico.

Com relação à promoção turística, tarefa central da Bahiatursa há que se registrar o dado incontestável da Infraero: em 2006 tivemos nos três aeroportos nacionais do estado 11 milhões de desembarques. Em 2012 alcançamos 22 milhões. Claro que dentre os desembarcados, cerca de 50% é de não turistas. Mas esse percentual corresponde também aos números de 2006. Podemos afirmar então que dobrou no período de 2007 a 2012 o numero de turistas na Bahia.

Além do crescimento vegetativo, isso aconteceu também por conta de uma política de concentração de esforços promocionais nos principais mercados emissivos nacionais como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília. Contribuíram também os eventos relacionados aos novos produtos turísticos da Bahia e as ações diretas realizadas com operadores e agências de viagem e, obviamente, as melhorias do produto Bahia. Quando dizíamos a organizadores de eventos que a Bahia possuía um call center 24 horas, em 3 línguas, seus olhos brilhavam.

Aumentamos nos primeiros anos o número de voos regulares e charters internacionais. Colocamos para funcionar aeroportos implantados nas gestões anteriores, captando voos regionais para Lençóis, Valença e Paulo Afonso, numa ação articulada com as secretarias e Transporte e Fazenda, que reduziu a alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação.

O que faltou
Claro que nem tudo foi sucesso na gestão do turismo entre 2007 e 2013, quando eu e Antônio Carlos Tramm fomos secretários. Não tivemos, por exemplo, força e prestígio para colocar a Sucab para funcionar no Centro de Convenções onde só aquela instituição poderia atuar em obras estruturais. Não conseguimos sensibilizar o governo para a própria Bahiatursa decidir autonomamente sobre a verba de publicidade para o turismo. Não conseguimos sinalizar todas as estradas e atrativos das 12 zonas turísticas do estado, como fizemos para a Costa do Dendê, a Costa do Descobrimento e a Costa do Cacau. Não conseguimos ampliar o programa “Viagem por um Mundo Chamado Bahia”. Não tivemos êxito no esforço para implantar o projeto Casa da Alma da Bahia na antiga sede da Embasa, na Praça Castro Alves. E, finalmente, não conseguimos convencer o governador e o secretário de Planejamento sobre as vantagens de realizar uma dupla ação de grande profundidade para o turismo e para a cultura na Bahia: transferir o Parque de Exposições para Feira de Santana criando ali um destino turístico baseado na agropecuária e na cultura rural e, ao mesmo tempo, implantar na Av. Paralela a Cidade da Música Dorival Caymmi com uma arena para 70 mil pessoas, casas de espetáculo, escolas de música e lutheria, espaços para a economia criativa dos blocos afros, das quadrilhas de São João e dos grupos de samba, além de espaços para feiras, formaturas, suprindo as limitações do Centro de Convenções.

Mas deixamos na prateleira projetos estruturados e licitados em varias áreas do turismo. O Oceanário de Salvador está com seus estudos de localização, viabilidade técnica e econômica, ambiental, volumetria e impactos de tráfego e vizinhança, prontos. A Estrada do Chocolate Ilhéus Uruçuca com o convênio assinado pelo próprio governador Jaques Wagner. Sinalização turística da Costa das Baleias e da Chapada Diamantina. Atracadouro de Camamu. Orla de Guaibim. Terminal Náutico do Cais da Baiana. Centro de Qualificação Profissional da Costa dos Coqueiros. Terminal Turístico Rodoviário de Lençóis. Requalificação da Passarela do Álcool em Porto Seguro. Projeto Urbanístico de novo acesso para o centro de Lençóis. Projeto executivo de atracadouro e pontos de apoio ao turismo em Maraú e Saquaira. Casa do Carnaval no Nordeste de Amaralina. Ampliação e implantação do pavilhão de exposições do Centro de Convenções em Ilhéus. O projeto de terceirização do Centro de Convenções de Salvador preparado pela Sefaz e licitado pela Desenbahia.

E isso foi apenas o início do Terceiro Salto do Turismo, estratégia formulada para ir até o ano de 2020.

* Domingos Leonelli é ex-secretário de Turismo e ex-deputado federal

O que é Turismo ?

Turismo é movimento de pessoas, é um fenômeno social, econômico e cultural que envolve pessoas. É um ramo das ciências sociais e não das ciências econômicas, apesar de que esta última pode ser a razão de tal movimento, o turismo transcende as esferas das meras relações da balança comercial. O conceito de Turismo, segundo o dicionário Michaelis é: "Viagens realizadas, por prazer, a lugares que despertam interesse", já o dicionário Aurélio conceitua o verbete como: "Viagem ou excursão, feita por prazer, a locais que despertam interesse. 2. O movimento de turistas", finalmente o dicionário Michaelis conceitua o Turismo como: "Gosto das viagens. 2. Viagens realizadas, por prazer, a lugares que despertam interesse ".

A tendência da humanidade, nos últimos séculos, é de se concentrar nos grandes núcleos urbanos, e, assim, criou-se a necessidade de se abster de tal neurose urbana, a procura de uma "fuga" do cotidiano caótico das cidades em busca de uma paisagem paradisíaca ou bucólica, onde a preocupação maior e com o NADA...

Mas a definição acadêmica de Turismo, segundo a OMT é: "Movimento de pessoas a lugar diverso do qual habite por tempo inferior a 360 dias, desde que esta não realize atividades econômicas".
Portanto Turismo é a realização de viagens para local diverso do qual a pessoa more, seja a lazer, passeio, negocio, religião ou outra atividade diversa da econômica. Daí a divergência sobre a correta utilização do termo "Turismo de negócios".

Da importância econômica:

O Turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil (dentre as espécies, significativamente, o Ecoturismo) e no mundo, movimentando, direta ou indiretamente mais de U$ 3,5 trilhões (2001). É o meio lícito que mais movimenta dinheiro, atrás somente do narcotráfico e da indústria bélica (meios ilícitos).
Tal ramo é de fundamental importância para o profissionalismo do setor turístico e necessário para a economia do Brasil, país com excelente potencial Turístico.
Vale-se lembrar que o consumidor do produto turístico, no Brasil, está bem amparado no Direito positivo brasileiro, com uma das melhores legislações existentes através do Código de Defesa do Consumidor.

Do Profissional:

O turismólogo é um cientista. Mas a ciência do TURISMO tem uma peculiaridade, pois para se promover/realizar o TURISMO é necessário o fator "ambiente/paisagem" sem a qual o Turismo não se realiza.
Diante do fato exposto, para o turismólogo é necessário que se realize o "Turismo Sustentável", garantindo a preservação do meio ambiente, a participação da comunidade local e a continuidade (não "eternamente", mas com um tempo de aproveitamento indefinido) do recurso natural, minimizando os impactos gerados no meio ambiente, nas culturas locais, na fauna e na flora, idealizando uma consciência do usuário do produto turístico.

Trabalhando assim, o turismólogo fará indiretamente para que os custos do produto TURISMO sejam mais acessíveis a outras classes econômicas societárias, fazendo com que num futuro próximo o TURISMO seja não mais um privilégio de uma minoria, mas sim um direito necessário de todos os cidadãos.
Reportagem :Wagner Andrade Vieira Dutra  http://www.revistaturismo.com.br/materiasespeciais/turismoe.html

sábado, 8 de novembro de 2014

A cultura perdendo seus valores

Cultura significa cultivar, genericamente a cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela.

Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores. Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda de forma específica, uma determinada variante da herança social.

A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a capacidade, que os indivíduos tem de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos. A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, onde vai se transformando perdendo e incorporando outros aspetos  procurando assim melhorar a vivência das novas gerações.
A cultura é um conceito que está sempre em desenvolvimento, pois com o passar do tempo ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.

A cultura vai se perdendo e modificando com passar dos anos, devido à falta de investimento. No mundo em que vivemos hojea cada dia a tecnologia vai aumentando e os jovens cada vez levando  uma vida sedentária ligados em vídeo games, computadores (rede social, e-mail, celular, watsap e etc) , nas novelas e no mundo manipulado e mentiroso da TV Brasileira e Internacional. A falta de investimento é notável por falta dos nossos representantes (presidente, senadores, deputados, prefeitos e vereadores).

Com esta falta de investimento cada vez mais vai se  perdendo parte da nossa historia cultural. Hoje poucas são as Quadrilha Juninas, Bumba meu Boi, Ternos de Reis este ultimo  quase mão se fala mais, as manifestações culturais cada vez mas vem diminuindo com os avanços tecnológico e junto com este avanço na tecnologia os recursos vão se perdendo; a cultura vai se transformando e a população perdendo os seus valores.

Como fazer a Cultura proliferar resgatando as tradições e ao mesmo tempo associar as novas técnicas tecnológicas; se uma cidade de aproximadamente de 20 mil habitantes recebe uma média de  R$10.000,00 ( dez mil reais) por ano?



Esta é a realidade Cultural da nossa gente cada vez se perdendo pela falta de recursos, tornando nossos jovens sedentários, muitas vezes entregues as drogas e sendo influenciado pela mídia, uso de drogas, desrespeitado pai e mão e dando espaço ao aumento da violência e ao uso das drogas. 

Adriano Rocha Wirz 


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A imprensa como o principal partido da oposição

O pensamento único, de direita, destilado diariamente pelos poucos veículos de comunicação do País haveria de ter resposta na opinião pública


Os fenômenos políticos exigem longa e lenta gestação; quase sempre trata-se de gravidez imperceptível. A construção ideológica demanda tempo. Como o fenômeno social, é desenhada, passo a passo, traço por traço. O fato social, embora venha a lume muitas vezes como uma explosão, inesperada, não nasce quando se manifesta: antes, a História lhe cobrou demorada fermentação. Há sempre um fato detonador, a gota d’água, que só é conhecido a posteriori.

Uma crise estudantil na Universidade de Nanterre – provocada pela resistência da reitoria em permitir que rapazes frequentassem os alojamentos das moças, foi o gatilho da irrupção estudantil de 1968, que, partindo de Paris, tomou o mundo. Em entrevista recente a jornal brasileiro, Daniel Cohn-Bendit, o revolucionário daquela época, declara que uma semana antes da “explosão” era insuportável a modorra universitária. Tivemos, recentemente, a “primavera árabe” que terminou sentando-se nos jardins de Wall Street. Mas, no século passado, os melhores exemplos de “irrupção imprevista” são oferecidos pela queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, na verdade conclusões de processos políticos há muito em andamento, corroendo as entranhas do socialismo real como o caruncho que silenciosamente devora a árvore.

A chamada ascendência do pensamento conservador, que surpreendeu os desavisados na manifestação eleitoral de direita que tomou conta de setores ponderáveis das camadas médias de São Paulo e de outras cidades, também não é filha do acaso, embora não atenda a uma necessidade histórica, o que poderá decretar a brevidade de sua existência.

Mas a semente foi plantada e está sendo bem regada.
Trata-se de fenômeno que vem sendo trabalhado há anos. Nada é fruto do acaso ou efeito sem causa.

Há décadas – desde os idos da ditadura e malgrado ela – sociólogos da comunicação e outros pesquisadores preocupados com a política vêm tentando alertar o pensamento liberal sobre as consequências, já antevistas naquela altura – da ação ideológica goebeliana dos meios de comunicação, de especial os meios eletrônicos, sobre as massas. Notadamente quando o sistema, caso brasileiro, caracteriza-se pela concentração empresarial e o monopólio ideológico.

Assim, a questão posta na mesa, já então, ia para além da denúncia do oligopólio que controla as empresas de comunicação no país (quatro a cinco famiglias) e de seu significado para a gestão democrática da cultura e da informação; tratava-se de pôr a nu – tarefa de fácil demonstração – o monopólio do conteúdo dos meios, presos ao discurso único, uma das expressões mais contundentes do autoritarismo. Os liberais, que sempre defenderam a liberdade das empresas (de seus donos) pensando que defendiam a liberdade de imprensa, não cuidaram de defender a liberdade de opinião, inexistente, se não há diversidade ideológica. E na imprensa brasileira não há.

Aqui se casam dois fenômenos gratos ao autoritarismo. De um lado, a concentração de empresas, de início imposta pelo capitalismo financeiro-monopolista; a redução do número de meios e dos veículos, impondo as cadeias nacionais de rádio, de televisão e de jornais, centralizando as fontes de opinião e informação, assegurando o monopólio ideológico – facilitado ademais, pelo desenvolvimento tecnológico que impediu ou reduziu a concorrência a um jogo entre poucas empresas donas dos veículos sobreviventes. As indústrias jornalísticas passaram a depender, fundamentalmente, de investimentos maciços de capital, enquanto a produção intelectual passou a ter custo irrelevante, com a emissão em rede ou em cadeia e a reprodução nacional do material gráfico gestado no centro hegemônico.

Hoje, neste país de extensão continental e de extraordinária diversidade cultural e regional, possui nossa população apenas algo como três jornais nacionais (ditando a pauta dos demais), umas poucas cadeias de rádio (operando em nível nacional), algo como  quatro redes nacionais de televisão (expulsas as programações locais) e uma só informação, e uma só orientação ideológica, porque os meios periféricos reproduzem o pensamento dos meios centrais, produtores, que articulam e distribuem a mesma visão ideológica. A saber, o ideário de direita.

Esse pensamento único, destilado diariamente por todos os veículos e por todos os meios, nas reportagens, nos artigos, nos editoriais, nos noticiários, no entretenimento, haveria de ter resposta no comportamento da opinião pública (que já se diz “opinião publicada”) e atingir profundamente as camadas urbanas e nelas principalmente os segmentos superiores das diversas classes médias que, eleição após eleição, vêm se apartando do voto progressista. Mas a esses setores, que conservam poder de influência sobre os demais estratos sociais, não ficou adstrita, prova-o a votação que nesta eleição, um recorde desde 2002, obteve o candidato da direita à presidência da República.

Se é verdade que as grandes massas apoiaram, majoritariamente, a candidatura progressista de Dilma Rousseff, não é menos verdade que a votação de Aécio Neves compreende setores que vão muito além das classes-médias. Embora assumindo os interesses da burguesia e do grande capital, a candidatura do PSDB conquistou segmentos expressivos das camadas populares, de trabalhadores e assalariados em geral, que, por óbvio, se identificaram com seu discurso reacionário, e assim votaram contra seus próprios interesses.

A exegese do fenômeno deixo para os doutos. Nos limites deste artigo apenas pondero que entre as muitas com-causas – fragilidade das organizações populares, fracasso político dos partidos de esquerda no poder, crise do sindicalismo, desmoralização da política, e mais isso e mais aquilo – há que se considerar o papel ideológico dos meios de comunicação de massa.

Essas considerações me ocorreram após assistir a vídeo sobre  manifestação de sábado último na Avenida Paulista (SP), nos pilotis do MASP.
Na melhor escola fascista, a provocação política associa a violência oral à brutalidade física, cenas que podem ser conferidas no endereço http://vimeo.com/110697471


Não se trata de ato trivial, nem isolado. Fatos como este não haviam sido vistos no Brasil nem mesmo durante os duros embates de 1963-1964, na meticulosa preparação do golpe de 1º de abril. Naqueles idos, é sempre bom lembrar, a grande imprensa foi fator decisivo na desestabilização do governo João Goulart e na construção do discurso aglutinador das oposições, que logo transitaria para a defesa pura e simples da intervenção militar. E naqueles anos a imprensa ainda não era um oligopólio de poucas empresas, nem haviam as redes e as cadeias nacionais, recurso que facilitaria a mobilização popular e a construção de um clima antigoverno.

Nos nossos dias, a imprensa transformou-se no principal partido da oposição, oposição que se instala nos primórdios do governo, atravessa seus primeiros três anos, se fortalece na campanha eleitoral e, finda esta, não ensarilha as armas: mantendo hoje o combate de sempre, e crescentemente mais aguerrido, faz oposição a um governo que sequer se instalou!

Está à vista o conluio entre a direita partidária e os meios de comunicação visando à desestabilização do governo, na tentativa, quase desesperada, de criar clima emocional para o pleito do impeachment, pois, a partir dele, todas as cartas podem ser jogadas. Há perfeita confluência entre o pedido de recontagem dos votos formulado oficialmente pelo PSDB, a postulação absurda e antirrepublicana  do impeachment, e os atos de 1.º de novembro na capital paulista.

Nas manifestações paulistanas o analista encontrará todos os elementos clássicos do fascismo: anticomunismo arcaico, xenofobia, preconceito regional, exaltação do militarismo (surge até um “Partido Militar Brasileiro”) e da violência, defesa da ditadura, ódio disseminado, desprezo pela democracia e profundo desrespeito à soberania popular. Os cartazes anunciam seu programa: intervenção militar como reprimenda a um povo que “não sabe votar”. O vídeo revela que o púbico da manifestação é formado, em sua esmagadora maioria, por jovens (e até crianças) de classe-média bem posta.

Sem comparações forçadas ou ilações ou previsões, lembro que na Alemanha nazista também foi assim: o maior campo de ação da propaganda nazista foi a classe média.
É preciso fazer gorar o ovo da serpente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A delicada caminhada de Lídice da Mata

Se existe uma chapa modelo de integridade e correção e que passa à margem de qualquer tipo de suspeição nessa sucessão estadual é a do PSB baiano. Pequena na estatura, mas uma gigante na defesa dos seus ideais e na forma de fazer política, tendo a ética como bandeira, a candidata Lídice da Mata atravessa esses quase 40 anos de militância política sem um arranhão no currículo.
Da sua companheira de chapa e candidata ao Senado nem é preciso falar. Reunir suas qualidades morais e virtudes profissionais iria ocupar todo esse espaço. Eliana Calmon é uma daquelas reservas morais que a política abocanhou para torná-la mais relevante e respeitada. Ela engrandece qualquer espaço que ocupe e enriquece os que estão à sua volta com sua história e sua sabedoria.
Mas, por que com tantas qualidades reunidas as duas não explodiram ainda nessas eleições? E o que lhes reserva os próximos dias, os próximos passos? No complicado campo político, que a ministra Eliana Calmon ainda está tateando e que a senadora Lídice da Mata segue calejada, as coisas não seguem em linha reta. São as curvas e os obstáculos erguidos no caminho que determinam o sucesso ou não de um projeto.
Com uma linguagem própria de quem emergiu do meio jurídico e traz na bagagem uma riquíssima cultura, a ministra Eliana Calmon empolga quando reclusa em ambientes onde sua voz não se perca no espaço. Onde haja espaço para reflexão e mentes capacitadas para tanto. E, infelizmente, uma grande parcela do nosso eleitorado, a grande maioria, sem a menor dúvida, não reúne essas qualidades.
A senadora Lídice da Mata construiu seu público, tem uma espécie de eleitorado fiel e cativo, que acompanha sua luta política e nem precisa ouví-la para aplaudí-la. Mas ampliar esse eleitorado não tem sido fácil. Ela transita numa faixa muito próxima do candidato do PT, Rui Costa, e aí enfrenta uma batalha desigual, contra a poderosa máquina do governo.
Diriam que ela sabia o que a aguardava e mesmo assim resolveu encarar, mas outros fatores deveriam compensar essa aparente desproporção de forças, mas se estamos falando do candidato do seu partido à Presidência, Eduardo Campos, sua caminhada também não tem sido fácil. Ele está mais para marcar posição nesse 5 de outubro e plantar para colher em 2018, do que para encarar Dilma e Aécio.
Afora isso, o tempo na TV também será um adversário a mais a ser superado. Com seu minuto e meio ou pouca coisa mais, Lídice terá dificuldades em levar sua proposta à frente, o que é uma pena. Resta, nesse pouco tempo de que dispõe, usá-lo sabiamente. Sem emoção e com a razão. Nos primeiro embates ainda fora da TV, ela pareceu mirar mais no adversário petista, talvez pela mágoa de não ter sido a escolhida pelo agrupamento que sempre integrou, mas aos poucos tem concluído que para crescer terá de confrontar e atingir o superlíder Paulo Souto, de onde haverá de tentar tirar os votos para ao menos sonhar com segundo turno.
Esta semana ela já começou a mudar o discurso. Se seguir por aí, pode até segurar a frente que tem sobre Rui e sonhar mais alto. Até porque o segundo turno, se vier, será outra eleição, com outra correlação de forças, um tempo igual na TV e muitas variáveis à vista. É esperar o que vem por aí.
**Texto de Paulo Roberto Sampaio, diretor de Redação da Tribuna da Bahia

domingo, 3 de agosto de 2014

Homenagem a todos os Sacerdotes.

Hoje é um dia muito especial, dia do Sacerdote, homem   que deixou a sua vida, seus afazeres para servir a Deus e cuidar do seu Rebanho aquele mesmo que nas horas difíceis sempre estão do nosso lado para uma palavra de conforto, aquele que nos alimenta com a palavra de Deus, que sempre tá com um sorriso pronto para te receber e com palavras de confortos nas horas de dificuldade.
Na nossa sociedade exstem engenheiros, médicos, advogados, psicólogos e varias outras profissões; muitas vezes o padre também acaba sendo tudo isso que fiz referencia acima.  Para muitos é mais que um amigo é um pai que sempre nos acolhe de forma alegre e conforta nosso coração.
Não posso deixar de citar que é aquele que guarda nossos segredos e sempre esculta os desabafos.
Parabéns a todos os Sacerdotes que Deus continue alimentando de espirito santo e que continue sempre com este dom e  missão de salvar vidas através do evangelho. 


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bahia precisa recuperar a capacidade de planejar, diz Lídice

A senadora Lídice da Mata pregou uma reformulação do programa Minha Casa Minha Vida durante  participação na série “Diálogo com Pré-Candidatos ao Governo da Bahia”, organizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) e pelo Fórum “A Cidade Também é Nossa”.
“Em que pese os méritos de resgatar uma política habitacional para o País, o Programa Minha Casa Minha Vida se limita apenas a oferecer abrigo às famílias, em locais de difícil acesso e sem infraestrutura. Os conjuntos implantados não dialogam com as cidades, são pessimamente inseridos no espaço urbano, distantes dos centros de serviços, não têm áreas previstas para equipamentos comunitários, de saúde, educação e lazer. Muitos não dispõem de linhas de ônibus e promovem uma massificação arquitetônica. Essa política precisa ser reformulada”, destacou Lídice, durante o encontro realizado na segunda-feira (30/6), no auditório do CREA-BA, em Salvador.
 Para Lídice, os problemas que produzem a ação governamental restrita a um sistema viário precário, com água, luz e saneamento problemático em contraposição aos lucros obtidos pelas construtoras são reflexo da falta de planejamento e da replicação de modelos ineficazes por parte do governo estadual.
 “O nosso desafio é dialogar com o setor privado sem abrir mão do papel fundamental do Estado que é planejar, regular e fiscalizar. Só vale à pena concorrer ao governo do Estado se for para resgatar este papel”, destacou a senadora, que propõe como alternativas ao déficit habitacional as intervenções urbanísticas que promovam a conexão das áreas pobres aos centros das cidades indutoras do desenvolvimento regional.
 O debate passou de três horas de duração, extrapolou os temas inicialmente propostos pelos organizadores – mobilidade urbana, saneamento básico, habitação – e incorporou outros assuntos, como gestão, orçamento, transparência, saúde, segurança e educação. A mesa foi composta por João Benedito, coordenador da Federação das Associações de Bairro de Salvador (Fabs); José Tadeu Silva, presidente do Conselho Federal de Engelharia e Agronomia (Confea); Ordep Serra, coordenador do Fórum A Cidade Também é Nossa; Marco Antônio Amigo, presidente do CREA-BA; e Cláudio Mascarenhas, representante da ONG Socioambiental Germen. Também participaram como sabatinadores o arquiteto e professor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Ormindo de Azevedo; o urbanista Carl Von Hauenschild; o corregedor do Conselho Regional de Medicina, Marco Antônio Almeida; e a psicóloga Sissi Vigano, representando o Movimento Auditoria Cidadã da Dívida.
 A senadora Lídice da  Mata defendeu a criação de Conselhos não remunerados de Prefeitos das regiões metropolitanas de Salvador e de Feira de Santana com o objetivo de promover ações integradas capazes de distribuir de forma equitativa os investimentos em infraestrutura e serviços. Ela também defendeu que a linha 2 do metrô chegue até Camaçari, em vez de parar em Lauro de Freitas, e disse acreditar que o projeto da Ponte Salvador-Itaparica precisa ser amadurecido. “Eu tenho muitos questionamentos sobre a relação custo-benefício de um projeto de R$ 15 bilhões em um Estado que tem R$ 37 bilhões no orçamento. Ao mesmo tempo, não posso desconsiderar a enorme responsabilidade que tenho com o dinheiro público ao saber que apenas o estudo de impacto da ponte já consumiu R$ 90 milhões. Penso que precisamos resgatar esse dinheiro”, pontuou.
 Lídice disse que é preciso promover concursos públicos para as áreas técnicas e, em contrapartida, reduzir o número de funcionários públicos comissionados. Defendeu a necessidade de projetos estruturantes que integrem os polos de desenvolvimento dispersos nas bordas do Estado com os 69% do território situados no miolo, que correspondem ao semiárido, justamente a área mais pobre. “A Bahia precisa recuperar seu papel de protagonismo na economia do Nordeste, não é possível que não tenhamos a presidência de nenhuma instituição importante da região como a CHESF, Sudene e BNB”, reclamou.
 Fonte: Ascom PSB-BA (30/06/2014)